A gente podia pegar todo o lixo da cidade e depositar na porta do tal patético sindicato (caso alguém aí da região esteja inspirado e queira jogar lixo ou fezes no local, o endereço é: Rua Tuiuti, 670 Bairro Vila Santa Catarina, Americana - SP).
Enquanto isso, com caminhão de lixo escoltado, a cidade fica desse jeito:
Contratem o serviço terceirizado duma vez, e ponham esse bando de imbecil na rua. Tenho péssimas experiências com o funcionalismo público desde minha graduação na faculdade. Ruim sem eles, pior com eles.
Brasão de Americana
A mensagem no Brasão da cidade chega a ser irônica: "Ex Labore Dulcedo" . Isso quer dizer "O prazer vem do trabalho", em latim. Ahan.
Eu gostaria de aproveitar esse momento para levantar uma questão interessante, levando em conta o contagioso espírito de "justiça" que a internet nos proporciona hoje.
Não consigo me lembrar de um período na minha vida onde tanta gente pudesse disseminar sentimentos tão rapidamente quanto hoje. Devemos isso à mídia como fonte, e a ferramentas sociais (Twitter, Facebook) como meios.
Quem acompanha o Twitter provavelmente viu tags como "ForaBolsonaro" ou "Jair Bolsonaro" pipocando ativamente ao longo dos últimos dias.
Para quem não sabe, Jair Bolsonaro é Deputado Federal pelo Partido Progressista, está no seu sexto mandato e é conhecido pela sua postura polêmica (leia-se: preconceituosa). A confusão toda vem acontecendo por causa desta declaração dele ao programa de TV "CQC":
Deputado Federal Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro está em seu SEXTO mandato. Isso quer dizer, que é a sexta vez que este cidadão cumpre trabalho público como representante popular:
Em 1988 entrou na vida publica elegendo-se vereador da cidade do Rio de Janeiro pelo PDC. Nas eleições de 1990, pelo mesmo partido, elegeu-se deputado federal. Seguiria-se outros quatro mandatos seguidos. Pertenceu ao PPR (1993-1995), PPB (1995-2003), PTB (2003-2005), PFL (2005), e desde2005, é filiado ao PP.
Eu fico muito feliz que discursos como os desse cidadão tenham cada vez menos representatividade no zeitgeist brasileiro, mas meu ponto ao escrever isso aqui é outro: As pessoas tem memória curta.
Que bom seria se esse espírito de repúdio se propagasse até PELO MENOS a próxima eleição. Mas certamente não é o que vai acontecer. Jair Bolsonaro vai deixar de ser notícia em menos de 6 meses, e vai se re-eleger novamente (se assim quiser/puder). Com qual autoridade eu afirmo tal coisa?
Deputado Federal Sérgio Moraes
Alguém se lembra do atual Deputado Federal Sérgio Moraes? Provavelmente não. Ele foi o homem que disse em cadeia nacional que estava se lixando para a opinião pública. Cito aqui a frase dele:
"Estou me lixando para a opinião pública. Até porque parte da opinião pública não acredita no que vocês escrevem. Vocês batem, mas a gente se reelege."
A ousada declaração dele ocorreu em maio de 2009, num discurso na Câmara dos Deputados. O que houve, depois disso? Lembro-me dum rebuliço "popular" com a notícia, comentários das pessoas e... Ségio Moraes foi re-eleito, e tomou posse em 01/02/2011. Podem conferir aqui a quantidade de votos que o elegeu (97,752).
Repito meu ponto, já aproveitando a meta-linguagem deste meu próprio artigo: A POPULAÇÃO TEM MEMÓRIA CURTA. Vivemos numa sociedade onde um sujeito pode cuspir na cara das pessoas, na TV, no Rádio, na Internet, no Jornal, pode falar as barbaridades que quiser, excluir as minorias que achar melhor, e se dá ao luxo de ser democraticamente re-eleito. É o país onde a população acha que está protestando votando num palhaço (que aliás, hoje, trabalha na Comissão de Educação e Cultura, e empregou vários colegas humoristas para "ajudá-lo", e começa a usufruir do nosso dinheiro para curtir este lindo e maravilhos país. "Voto de Protesto". Ahan.)
Não quero que as pessoas parem de reclamar. Não quero que as pessoas deixem de dizer o que pensam. Mesmo quando são barbaridades como as ditas pelo Jair Bolsonaro, eu ainda prefiro viver num país onde o sujeito pode falar o que quiser. O que eu quero é um país onde sejam sentidas as consequências disso. Quero uma democracia inteligente. As pessoas não precisam nem se dar ao luxo de ter memória boa: a internet está aí pra isso.